Crise é a palavra mais ouvida e lida nos últimos meses (talvez anos). Fala-se de uma crise política, econômica, institucional, moral, na segurança, ética, etc. E isso não é só no Brasil, mesmo no chamado Primeiro Mundo também se fala em crise.

​​Há a crise dos refugiados, na Síria, do sistema político, etc. Números e dados estatísticos são mostrados para comprovar essa percepção, de quanto o mundo está cada vez pior.

Não posso negar que há muita coisa acontecendo… e há muita coisa que me deixa indignado e frustrado. Gostaria que a situação do país e do mundo fossem bem diferentes…

Porém, segundo o idiograma chinês (weiji) crise também é oportunidade. Mas como é possivel ver oportunidade em tudo que está acontecendo?

Para responder esta pergunta é necessário ampliar o foco. Não ficar só olhando a situação em si, do que está acontecendo no mundo externo. Mas perceber o que acontece no mundo interno. Quais os sentimentos, emoções e forma de pensar que estão associados a situação externa.

Lembre-se, a única constante no universo é o fluxo. Nada está parado. Tudo está em movimento, se transformando, mudando. O que chamamos de crise é simplesmente a ocorrência da mudança. Algo aqui fora está diferente e não sei como lidar com isso.

Há uma luta interna para não sair da zona de conforto. Não querer deixar de lado o que é conhecido. Na verdade a crise é interna e não externa. Uma situação exige uma mudança na forma como ela é vista, percebida. Mas há resistência em mudar o ponto de vista.

Os neurocientistas já comprovaram que o cérebro humano é um criador de significados, de padrões, percepções. Por exemplo, de acordo com a percepção de alguém, a faca é vista como uma utensílio doméstico usada para criar um prato saudável de comida. Mas uma outra percepção também é possível, dela pode ser vista como uma arma para machucar alguém.

Não existe uma verdade absoluta. Para cada evento, há vários tipos diferentes de percepções. Se há 7 bilhões de pessoas neste planeta, são 7 bilhões de formas diferentes de olhar e entender o mundo externo.

A verdade para você está na forma como a situação é percebida e qualificada. Quando uma situação é rotulada como um problema, ela se torna um problema. Do mesmo modo, uma ameaça pode ser vista como uma oportunidade. Assim, é muito importante saber como a sua mente está rotulando, como está percebendo uma certa situação.

Crescimento interno só acontece quando alguém é levado para fora da zona de conforto. De estar incomodado e longe do equilíbrio, onde segurança e previsibilidade já não reinam mais. Só assim é possível ver a crise como uma bênção disfarçada, apesar do incômodo que trás.

Steve Jobs poderia ter se sentido um derrotado e vítima quando foi demitido da Apple, em 1985. Ele escolheu outra postura. Após sua demissão, ele agarrou a crise pelos chifres, vendo a oportunidade onde outros não viam.

​​Ele criou a NeXT, uma companhia de desenvolvimento de plataformas direcionadas aos mercados de educação superior e administração. A compra da NeXT pela Apple em 1996 levou Jobs de volta à companhia que ele ajudara a fundar, sendo então novamente o seu CEO.

Moral da história, mudanças indesejadas acontecem. Para vê-las como oportunidades é necessário olhar além da situação, mudar percepções e abraçar o desconforto interno.

E você leitor, como estão as suas percepção sobre o que a vida anda lhe trazendo? Você está vendo as situações em sua vida como crise ou oportunidades? Consegue identificar quais são os seus padrões de pensamento? Você permite que suas percepções possam mudar?

Segundo Nicolau Maquiavel, “Onde a força de vontade é grande, as dificuldades não podem sê-lo.”

Tenha um ótimo dia de coragem e mudança!